segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cinco anos depois, a uruguaia Pluna volta a levantar voo

Há cinco anos, os uruguaios estiveram perto de ver o fim da Pluna, sua pequena, mas emblemática companhia aérea nacional. A Varig, que controlava e administrava a empresa desde 1995, estava a ponto de quebrar e entregara a subsidiária à própria sorte. Sua frota era sucateada e os serviços encolheram. O governo local retomou o controle para salvar a Pluna do "desastre", como seus ministros qualificaram várias vezes a gestão da Fundação Ruben Berta. Quando voltou às mãos privadas, com a venda de 75% de suas ações ao fundo de investimentos Leadgate, o trauma da experiência anterior levou muita gente a olhar o negócio com desconfiança. De um prejuízo operacional de US$ 41 milhões em 2007, ano de entrada da Leadgate na Pluna, a companhia diminuiu o vermelho no balanço a cada temporada e deverá alcançar o equilíbrio no período de 12 meses que termina neste fim de junho.

Na Pluna, por cuja participação majoritária havia desembolsado US$ 15 milhões, a Leadgate mexeu na malha aérea e unificou a frota. Adotou como aeronave padrão o CRJ900 Next Generation (da Bombardier), com capacidade para 90 passageiros. "Os canadenses apresentaram uma proposta que não pudemos resistir", disse o diretor-geral da Pluna Matías Campiani, justificando a preferência pela Bombardier. "A Embraer tinha longa lista de espera e não pôde nos colocar na frente", disse o executivo.
Hoje, a frota é composta por sete CRJ900. Outras três unidades chegam ainda neste ano - duas em setembro e uma em dezembro. A Pluna estuda fazer uma nova encomenda à Bombardier, desta vez de jatos CRJ200, para 50 passageiros.

O passo seguinte da Pluna, que tem acordos com TAM e Iberia, foi montar um "hub" regional em Montevidéu, estratégia que se mostrou crucial em um país de território diminuto. A companhia abriu rotas para seis destinos no Brasil (São Paulo, Rio, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e Foz do Iguaçu), além de Buenos Aires, Córdoba, Santiago e Assunção.
A Pluna acabou de ter 25% das ações vendidas à canadense Jazz Air. Foi um negócio de US$ 15 milhões. Campiani e seus sócios têm 50% de participação e, o governo, 25%. Em até três anos, a ideia é abrir o capital.

Fonte: Valor Econômico
Por: Daniel Rittner, de Montevidéu
Fotos: Mauricio Carvajal Arancibia

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