segunda-feira, 21 de junho de 2010

Número de aéreas é recorde, mas menos cidades são atendidas

A aviação comercial brasileira vive um momento peculiar em termos de porte. São 27 empresas nacionais, 56 internacionais, 419 aeronaves e 49.331 trabalhadores, segundo dados é possível que o setor tem hoje a maior operação de sua história. Apesar da marca recorde, as 27 empresas aéreas brasileiras em operação atendem hoje 121 cidades, sendo que em 1998, quando existiam 22 companhias, 169 municípios eram servidos pelo transporte aéreo.

Para empresários e especialistas do setor, o levantamento mostra as dificuldades que companhias aéreas regionais estão enfrentando. Com infraestrutura inadequada em cidades de médio e pequeno porte, algumas delas estão tendo de arcar com recursos próprios para ter condições mínimas de operação e segurança.

"Se não houver investimento em infraestrutura aeroportuária, empresas regionais poderão sair do mercado ou mudar para cidades maiores para sobreviver", afirma o presidente e fundador da Sol Linhas Aéreas, Marcos Solano Vale. A companhia iniciou sua operação em outubro de 2009, ligando cidades do interior do Paraná, como Cascavel, a Curitiba. A Sol reduziu sua operação em 50%, conta Solano. Atualmente são quatro voos diários entre Cascavel e Curitiba. Em julho deverão ser seis frequências e, em agosto, a empresa deve retomar seu ritmo inicial, mas possivelmente com uma novidade: voos para Florianópolis.

"A aviação regional é um produto caro. O avião pequeno é um produto mais caro. A operação regional não é um produto de massa", diz o especialista em aviação da consultoria Bain & Company, André Castellini. Outra frente é o incentivo à utilização de aeroportos de cidades com média ou baixa densidade de tráfego aéreo. A consultoria Mckinsey concluiu recentemente um estudo que identificou 69 aeroportos que podem receber rotas subsidiadas. O custo anual poderia chegar a R$ 200 milhões. "As companhias menores têm um custo até quatro vezes maior do que as grandes", afirma o consultor e associado da Mckinsey Arlindo Eira Filho.

"As empresas regionais têm potencial de crescimento dentro do seu mercado de média e baixa densidade. Se elas atuam com linhas 'troncais', é mais para complementar os seus serviços", diz o presidente da Trip, José Mário Caprioli.

Fonte: Valor Econômico
Por: Alberto Komatsu, de São Paulo
Fotos: Fabricio Lucio, Marcelo Magalhaes

Nenhum comentário:

Postar um comentário