segunda-feira, 5 de julho de 2010

Gargalo no Ar

Depois do estrangulamento do setor portuário, agora é a vez de os aeroportos sentirem os efeitos da falta de infraestrutura para o transporte de cargas. Faltam áreas de armazenagem, instalações para produtos especiais e mão de obra suficiente para liberar as mercadorias nos padrões internacionais.

Os primeiros sinais de estrangulamento surgiram em 2008, antes da crise, quando alguns terminais operavam acima da capacidade, conforme estudo da McKinsey&Company, a pedido do BNDES. Com o arrefecimento da economia, os aeroportos passaram bem por 2009. Mas o alívio durou pouco. Desde o início do ano, o volume de importações, que cresceu 41,5% até maio, tornou visível a fragilidade do transporte aéreo.

Em Guarulhos, aeroporto que concentra 54% da carga aérea movimentada no país, além de locais de armazenagem, faltam câmaras refrigeradas para acomodar produtos perecíveis e medicamentos, diz o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros, Valdir Santos. No Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre, o principal problema é a atual extensão da pista, insuficiente para a operação de cargueiros de grande porte, encarecendo ou desestimulando o transporte aéreo de cargas.

O professor de comércio exterior da Unisinos, Alex Pipkin, diz que a maioria das companhias acaba transportando os produtos por rodovia até os aeroportos de Guarulhos (SP) ou Galeão (RJ), com capacidade para grandes aeronaves de carga ou mistas (passageiros e cargas).– Essa situação inibe a competitividade das empresas.
Foto: KianHong

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