quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Aéreas querem debater gestão de aeroporto

As companhias aéreas pretendem retomar as discussões com o governo sobre o modelo de gestão dos principais aeroportos do país após as eleições. A infraestrutura é apontada hoje como o principal entrave para o setor aeroportuário. As empresas dizem que, após a definição do novo presidente, o governo deve decidir qual é o modelo mais adequado: concessão, privatização ou autorização.

Para Paulo Castello Branco, vice-presidente da TAM, o tema deverá ser debatido com a revisão do Código Brasileiro de Aeronáutica. "Nós vamos ser consultados. A gente tem certeza de que o tema virá fortemente no início de 2011. Caso o governo retome a questão da eventual exploração pela iniciativa privada de terminais de passageiros, vamos começar a estudar a questão."

O presidente da Azul, Pedro Janot, disse que a empresa está disposta a investir em qualquer tipo de infraestrutura ligada ao setor. "Se me der pátio, terminal, tenho certeza de que faço isso de forma mais eficiente que qualquer empresa estatal." As empresas consideram que o modelo de gestão atual dos aeroportos, em alguns mercados, trava a possibilidade de avanço do setor. Janot cita o aeroporto Santos Dumont, no Rio, em que as operações são limitadas a 33 movimentos/hora, mas, na prática, atua com restrição de 23 movimentos/ hora.

O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, afirma que, mesmo que o governo realize os investimentos previstos de R$ 6 bilhões em aeroportos nos próximos anos, isso não será suficiente para que os aeroportos operem com folga, dado o ritmo de crescimento da expansão do setor, com a chegada de mais passageiros da classe C. A solução encontrada pela Gol para driblar a falta de infraestrutura tem sido não só o investimento na substituição de aeronaves menores por equipamentos de maior porte como a troca de conexões de São Paulo para outros terminais. Constantino Júnior afirma que, embora este não seja o negócio principal da companhia, está disposto a discutir o assunto porque "um mercado com potencial para dobrar não pode parar por conta desse tipo de barreira".

Fonte: Folha de São Paulo

Por: Janaína Lage

Foto:
Flávio Guerra, Guido Ferneda, Rubens Barbosa Filho
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